Post convidado: Óscares 2021

 Como assim vamos falar uma semana depois sobre este assunto? Como assim este ano a gala dos óscares teve a pior audiência de sempre? Logo este ano que, pelos vistos fui a única, fiquei acordada para ver o espetáculo. Ando sempre ao contrário de toda a gente… Nem no ano em que se desconfiava que finalmente o Leonardo Dicaprio iria pôr a mãozinha em cima do  galardão consegui ficar acordada!  Mas não pensem que o facto de nunca ter conseguido assistir à gala, devido ao horário tardio, não me permitiu logo perceber que este ano estava menos glamoroso que nos anos anteriores. Parecia que estavam a fazer a gala um salão de chá. Bom mas como não sou grande crítica de cinema, vou-vos deixar com quem sabe, com o(a) convidado(a) deste mês. 

Pois é, mais um mês, mais um post convidado! E vocês continuam aqui, a ler coisas vindas sabem lá de quem, com uma confiança cega na anfitriã deste blog. Não vos julgo, eu própria sou grande fã de mistérios. 

Têm aprendido alguma coisa? Dado umas gargalhadas? É o que interessa! Não posso garantir que o façam desta vez, mas pensem assim: se alguma coisa que lerem aqui vos parecer pura e simplesmente ridícula, ou não corresponder cem por cento à realidade, vejam este texto como mais uma prova de que não podemos acreditar em tudo o que lemos na internet. Parece-vos bem? 

Agora que já vos avisei, tipo aquele amigo que vos diz o que fazer, mas depois levanta os braços e diz, “mas isto é só a minha opinião!”, já me sinto à vontade para introduzir o tema deste post: os Óscares deste ano.  

Gostaria de fazer um pequeno disclaimer: eu não vi os Óscares. Não desistam já de mim, por favor! Para ser totalmente sincera, até me esqueci que era dia de Óscares, o que nunca tinha acontecido. É de salientar que eu faço parte daquele grupo de pessoas que em 2016 ficou acordada até de madrugada, porque sentia que era o ano em que o DiCaprio ia ganhar o Óscar (e era!), e não podia perder esse momento histórico. Só por curiosidade, adormeci a meio da cerimónia e acordei mesmo quando estavam a anunciar os nomeados para Melhor Ator, foi bonito. 

Adiante, o que quero dizer é que sou fã dos Óscares: de filmes, de ver as celebridades a darem tudo no look, das entrevistas repetitivas do E! (“Who are you wearing?”). Enfim, acho piada. Foi esta uma das razões que me fez questionar por que razão, este ano, quase nem dei por ela que os Óscares aconteceram. Mas já volto a essa questão. 

Eis alguns aspetos desta edição dos Óscares que achei interessantes.

 A primeira coisa em que reparei, ao pesquisar sobre esta noite, foram as várias notícias que anunciavam num tom taciturno, “uma noite diferente”, “uma noite esquisita”, “uma noite sem calor”. Não posso falar do ambiente que se fez sentir, nem do que passou para fora dos ecrãs. Ainda assim, acho que não era difícil prever que, a menos que os Óscares acontecessem noutro planeta, iria haver restrições. E foram elas: audiência limitada em dois espaços (Dolby Theatre e Union Station, em Los Angeles), transmissão via satélite, nomeados sujeitos a testes, distanciamento social e nada de after parties. Intrigante, mas as pessoas de Hollywood também podem apanhar doenças. Incrível, não é? Sejamos sinceros, se nada fosse diferente e tivéssemos carradas de celebridades amontoadas a tirar selfies, iam chover críticas na mesma.  

Chloé Zhao venceu o Óscar de Melhor Realização, tornando-se a primeira chinesa e mulher não-caucasiana a receber este prémio. Yuh-Jung Youn recebeu o Óscar de Melhor Atriz Secundária das mãos de Brad Pitt, e começou o seu discurso de agradecimento com um "Sr. Brad Pitt, finalmente. Prazer em conhecê-lo". Um momento enternecedor que, assim levado ao extremo da loucura, nos faz acreditar que também nós, pobres mortais, conseguiremos conhecer o Brad Pitt, se trabalharmos muito e formos humildes. Mais tarde, perguntaram à senhora a que cheirava o famoso ator, ao que ela respondeu que não sabia, porque não era um cão. De modo que, lamento, mas esse é um mistério com o qual temos de continuar a viver. Coragem pessoas, coragem. 

No prémio de Melhor Ator temos Anthony Hopkins. Aos 83 anos, é o ator mais velho a ganhar um Óscar. Consta-se que muitos esperavam que este prémio fosse para Chadwick Boseman, e Hopkins não se mostrou indiferente. Hopkins quis homenagear o talentoso ator, o meu querido e eterno King T’Challa, que “foi tirado de nós tão cedo", afirmou.  

Voltando à vaca fria (anfitriã do blog, de onde vem esta expressão?). Não sei se repararam, mas nós já não podíamos ir a um cinemazinho desde janeiro. Sabiam ainda que, por essa mesma razão, apenas um, UM, dos filmes nomeados estreou em Portugal? Quando lerem isto, talvez já tenham estreado mais. Pois é, mais uma explicação para esta pessoa andar tão fora do assunto. 

Vocês vão querer ver algum dos filmes nomeados? Eu vou ver se vejo tudo o que tenho em atraso, porque começo a sentir que estou a ficar para trás, e eu depois lido muito mal com spoilers.  Como tudo e todos, as Artes estão a lutar para se manterem vivas. São das áreas que mais têm sofrido, e das que mais nos entretêm e nos permitem viver outras vidas, através dos criativos que delas fazem parte. É um facto que os Óscares foram diferentes. Esquisitos, frios? Como tudo na vida, depende da perspetiva. Momentos como os que falei acima foram bem fofinhos e até, arrisco-me a dizer, calorosos. Pessoas, com tantas quarentenas e recolhimentos obrigatórios, não foram muitas vezes os filmes, as séries, os artistas, que vos distraíram e mantiveram sãos? Então, desculpem lá qualquer coisinha aos Óscares deste ano.