Os indignados do SNS

Vivemos numa época em que impera o politicamente correto e a proteção das minorias. Nada contra atenção! Até porque em alguns aspetos eu faço parte das minorias, a começar pelo meu primeiro nome, na escola inteira e nos trabalhos, até aos dias de hoje, fui sempre a única, mas isso fica só para quem me conhece. Na realidade nem sei muito bem se isso se encaixa numa minoria. Mas pronto, também quem acompanha o meu blogue, sabe que não é para levar a sério tudo aquilo que escrevo. 

Mas o assunto que me traz aqui hoje é o facto de a sociedade estar numa, e bem, de proteger as minorias, e dar atenção a todos não discriminando ninguém. Infelizmente não é isso que eu tenho visto na televisão todos os dias de há uns meses para cá... 

Diariamente, vemos três pessoas que nos dão conta da situação pandémica no nosso país. É uma senhora com uma pregadeira ao peito, junto com um senhor de óculos mais um homem que costuma estar à  retaguarda destes a traduzir para língua gestual portuguesa, o que os outros dois vão falando. Essas pessoas todos os dias nos dizem que já há mais, e vou dar o exemplo de hoje, 2.638 novos casos de covid, mais 84 mortes e 5.761 recuperados - se algum dado estiver errado, por favor corrijam-me ou insultem-me, dá jeito para o livro -

Ora aqui está o ponto onde eu quero chegar... Alguma vez vocês foram ao hospital às urgências e no dia seguinte veio a Graça freitas dizer " O senhor José deu entrada no hospital com uma valente dor de cabeça, mas no fim diagnosticámos que era só uma ressaca e foi para casa beber um chá de gengibre e bastante água"... Ou " Ontem deram entrada nos hospitais portugueses 15 pessoas com pernas partidas, mas já está tudo sobre controlo e daqui a uma semana já entram na lista dos recuperados, umas sessões de fisioterapia, e fica tudo controlado"  ou ainda  "Com esta situação toda da pandemia, ontem tivemos mais 500 pessoas surtadas da cabeça"

 E comecei a refletir nisto porquê? Porque há umas semanas, senti-me um pouco indisposta e dirigi-me às urgências. Lá me fizeram o tratamento adequado ao meu problema e mandaram-me para casa. No dia seguinte, estou eu super entusiasmada enfrente à televisão à espera dos senhores da DGS porque de certeza que também iam falar de mim!! Para meu espanto, só voltaram a falar dos doentes de covid e dos que já recuperaram da doença...  Então... então e eu? pensei...Também não estive doente? Isto é assim?  Senti-me deveras injustiçada!! Só importam as pessoas que ficam doentes ou curadas de covid? 

Agora só conta o covid é? A minha oportunidade de ser falada na televisão, e poder ligar às minhas amigas a dizer: Viram? Eu também constava ali no meio daqueles números... Acho isto uma discriminação!! Ou seja, se quisermos que a Graça Freitas, a Marta Temido, o António Sales ou o senhor da língua gestual ( sim porque ninguém sabe o nome do homem) falem de nós, temos de estar na lista covid. Venho sugerir uma manif dos indignados nacional do serviço nacional de saúde! De certeza que muitos provavelmente até eram clientes habituais do SNS, e nunca tiveram direito a uma conferência de imprensa da DGS! Vêm agora estes novatos, com esta doença da moda e são logo notícia!! 

Vale a pena lembrar os mais pudicos que o meu blogue serve para brincar um bocadinho com as situações, logo o que escrevi não passa de uma brincadeira, não comecem a dizer que sou negacionista! Ou então insultem! Não se esqueçam que o meu objetivo é fazer um livro com prints de insultos como a Cristina Ferreira! Desculpem não resistia fazer esta ultima piada... 

Ah e protejam-se, porque o que realmente importa é que nunca constemos nessas listas. :)