Pai "Costa" mãe " Centeno".

Com tudo o que se tem falado ultimamente em torno  do Costa, do Centeno e do Novo Banco, dei por mim a pensar de forma nostálgica no passado.

 É que em outros tempos a minha mãe já foi o Centeno e  o meu pai o António Costa e, inevitavelmente eu era o Novo Banco; ou então a despesa pública. 

Durante algum tempo consegui convencer os meus pais que merecia uma mesada. Embora a custo, e muitas manifs depois, lá consegui que, o Centeno e o Costa lá de casa  me dessem luz verde para a dita mesada. Passado algum tempo, a minha mãe começou a pensar, conversou com o " Costa", e decidiram fazer cativações. Ora, segundo o raciocínio deles, se já me davam todos os dias dinheiro para transportes e almoço  para a escola, para quando saía com os meus amigos ou até para quando eu queria comprar alguma coisa, eram  sempre eles que desembolsavam. No fundo eu ficava com o "banco bom" e eles com o "banco mau". E que pagassem se quisessem... Do ponto de vista deles não estava a ser viável e  por isso eu tinha de escolher. Ou eu geria a mesada, ou eles me davam dinheiro quando eu precisasse. As duas coisas é que não podiam ser. Porque como eu estava a fazer, no fundo, as despesas eram sempre deles, e os lucros todos meus. Cada um olha pela sua vida não é verdade? Ma também, quem é que podia viver com aquela miséria de mesada!!

 É ou não é igualzinho à minha comparação inicial??  

Ainda me lembro das alturas em que eu queria alguma coisa mais cara. Ia sempre ter com o meu pai. A  minha mãe como fazia o papel de Centeno, era a mulher  das contas certas. Claro que sempre que pedia alguma coisa, a resposta não era imediata, como verdadeiro "Costa" que era, o meu pai dizia sempre que ia mandar fazer uma auditoria para ver se eu merecia ou não esse " brinquedo" mais caro! Que ia consultar também o "Centeno", mas eu no fundo já sabia que ele ia acabar por dar o aval.  Gostava, sempre que podia, de fazer "campanha", mas acabava sempre a ceder junto do lóbi daquele grupo que eram os filhos. Sim, porque tenho um irmão. 

 Por vezes chegava a casa, e já tinha sido dada a autorização para se efetuar o meu pedido. Não imaginam como nessas alturas eu ficava feliz!

Mas as coisas nem sempre corriam pelo melhor. E quando descambavam por me estar a portar menos bem, o "Costa", ficava mesmo chateado! Muitas das vezes lá chamava o "Centeno", para dizer que não podia ser, e que o valor que eu dava às coisas se devia ao facto de eu ter sempre tudo o que queria, mesmo contra a vontade dele. - Estão a apanhar a comparação não estão?-  O " Centeno" até dizia muitas vezes " mas foste tu quem quis dar!" E no fundo o "Costa" sabia disso, mas quem de nós não sacode a água do capote quando as coisas não corre como deviam? 

Aviso que neste texto, qualquer semelhança com a realidade, é pura ficção retirada da minha cabeça.