1984

Estava eu ontem na internet a ler algumas noticias, quando vi uma em particular que me chamou à atenção. Dava conta que as gigantes do digital, Google e Apple, se preparavam para desenvolver uma aplicação que permite ver quem possa estar infetado com covid-19. Foi mais ou menos isto que eu percebi. Não me perguntem como o vão fazer, até porque não sou engenheira informática! Tá?
Claro que na China já existe um sistema idêntico, mas lá, situações assim, como diz o povo, é mato! Por exemplo, na China eles têm  o chamado crédito social. São-lhes atribuídos pontos. Se forem cidadãos exemplares, ótimo! Podem até receber vantagens por se portarem bem. Mas se fizerem asneira, são-lhes retirados pontos, ficando estes cidadãos na "lista negra". Já para não falar dos milhares de câmeras de vigilância que existem no país, a ajudar a esta falta de privacidade.
Mas a verdade, é que muitas pessoas estão dispostas a abdicarem da sua liberdade, para se poderem sentir em segurança. O problema pode estar com o outro lado de uma situação como esta.
Tudo isto faz-me lembrar uma obra, que é um clássico, 1984. Quem não leu, aproveitem a quarentena para o fazerem. É um livro de George Orwell publicado no final dos anos 40. O livro retrata exatamente uma sociedade distópica,  em que as pessoas vivem debaixo de um regime totalitário, onde exite até uma policía do pensamento. As pessoas nas suas casas têm um telecrã onde são constantemente vigiadas pelo "Grande irmão" . Isto faz-me muito lembrar os telecrãs que todos nós usamos hoje, e levamos conosco para todo o lado; os nossos telemóveis. O sistema encarregava-se de moldar as notícias conforme lhes convinha que elas chegassem ao povo. A religião era uma coisa do passado, e a bíblia um livro escondido das pessoas, que ninguém sabia que existia.
À medida que o tempo passa parece que, enquanto sociedade, nos dirigimos cada vez mais para um tempo assim, em que vamos colocar as nossas vidas nas mãos de outros em troca de felicidade e segurança.
 Bom era esta a minha sugestão de leitura para vocês, nestes tempos estranhos que correm. Algo que, enquanto lemos, nos faça pensar.
 Deixem-me ser a vossa influencer literária, o vosso Marcelo Rebelo de Sousa , e recomendar-vos que leiam este livro. ( para quem não perceber a piada do Marcelo, passo a explicar: é que o senhor quando era comentador na Tvi todos os domingos recomendava livros para a malta ler)
Para quem está agora a pensar: Ah, mas eu não posso furar a quarentena para ir comprar um livro, até porque está tudo fechado!  Meus amigos, compras online, ainda continuam a existir.